1 – A origem da escrita
A expressão
oral foi uma forma de nomear as coisas e os sentimentos. O surgimento de um
léxico encadeou o sentido para ambos. Representá-los através de símbolos
visuais – essas coisas e esses sentimentos – e, mais tarde, simplesmente simbolizar
os sons foram o papel da escrita.
A divisão
entre Pré-História e História é determinada pela invenção da escrita.
Com a vida em
sociedade o homem passa a ter que fazer registros. A agricultura fez o homem
registrar a quantidade dos alimentos, o tamanho da terra, da compra e venda de
animais, além de saber a divisão dos dias dos anos e dos meses e quais estações
ou épocas eram propícias para o plantio e colheita. A intenção de registrar
está associada à necessidade de lembrar.
2 – A escrita cuneiforme
Uma das raras
unanimidades sobre a história da escrita é que ela teria surgido na Suméria, na
Mesopotâmia. Os sumérios com base nos registros criaram uma “lista de signos”
que representavam objetos.
Ao longo da
História esses signos foram substituídos de objetos para sons da fala. A
representação dos sons está na raiz de todas as verdadeiras escritas e surgiu
da ideia de usar um pictograma para representar o som do nome do objeto
representado e não a sua forma concreta.
A técnica – a argila era bem amassada e
moldada, como tabletes. Uma cunha triangular (o antepassado do que hoje
entendemos como um pequeno lápis) era pressionada contra a argila, produzindo
um sulco que fazia os registros necessários. Deveria ter destreza para tal pois
a argila secava rapidamente.
O cuneiforme
foi o sistema de escrita mais difundido e importante historicamente no antigo
Oriente: durou 3 mil anos e chegou a outras culturas. Um dos grandes trabalhos
feitos nesta época é o Código de Hamurabi, um conjunto de leis que regeu a
sociedade da época.
3 – Os hieróglifos
A escrita
cuneiforme se espalhava pela Mesopotâmia, mas outros sistemas de escrita era
desenvolvido no Egito e na China, a escrita dos deuses – tradução da palavra
hieróglifos.
A escrita hieroglífica é constituída
de três tipos de signos:
pictogramas (desenhos estilizados
que representam objetos ou seres, com combinações desses mesmos signos para
expressar ideias); fonogramas (as
formas usadas para representar sons) e determinativos
(signos usados para indicar qual categoria de objetos ou seres está em questão).
Um grande
problema da escrita cuneiforme era a portabilidade das tabuletas de barro. O
papiro tem a grande facilidade de locomoção e isso tem um grande significado
social, as informações passam a chegar mais rápido. Transportar os textos
escritos em papiro era leve e fácil, e a informação passou a circular com muito
mais velocidade e a vencer distâncias cada vez maiores.
4 – Os escribas
Os escribas
registravam os códigos legais e os contratos de casamento, anotavam sua própria
história, a contabilidade e os acontecimentos importantes, por tanto tinham
grande prestígio.
O domínio da
palavra escrita os aproximava do divino e os livrava do trabalho árduo e das
tarefas manuais.
Os
alfabetizados tinham chances de ascensão social e não pagavam impostos, pois o
imposto era o trabalho da escrita.
5 – O alfabeto
O alfabeto
tem origem na Fenícia, tinha 22 símbolos e não tinha as vogais. O alfabeto como
nós conhecemos hoje em dia é oriundo dos gregos.
Foi a partir
do alfabeto grego que sinais de todos os fonemas foram traduzidos como
elementos sonoros fundamentais à língua. Estes sinais gráficos estavam a
serviço da língua falada.
Alfabeto fenício:
Alfabeto grego:
A oralidade
como forma de transmissão do pensamento e expressão foi sendo moldada para
funções diferentes como narrar, ensinar, discursar e outras.
CONCLUSÃO:
Se a princípio a
escrita era utilizada somente para o registro de informações importantes e era
reservada a uma elite seleta, nos dias de hoje seu papel é completamente
diferente e é pré-requisito básico na formação do ser.
O papel da escrita na
formação do sujeito é muito mais profundo do que se pensa. É a porta de entrada
para a cultura, saber tecnológico, científico, erudito,etc.
Além de sua função
básica utilizada no dia-a-dia, como ler nome de ruas, de ônibus, consultar
listas, telefones, rótulos de produtos, revistas, jornais. A leitura também é
um meio de comunicação entre as pessoas é através dela que é possível se
comunicam por cartas, e-mails, enfim por registros que utilizam as letras (o
alfabeto).
Saber decodificar o
código escrito, ou seja, ler é muito mais que atribuir significados a palavras
isoladas, resumindo-se a um processo mecânico. O ato de saber ler como patamar
para atingir o sucesso implica em construir conhecimento, gerar reflexões e
desenvolver uma consciência crítica sobre o que é lido.
Conclusão retirada do artigo: “O PROCESSO
HISTÓRICO DA ESCRITA E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DO SUJEITO”. Ana Paula Pires
Trindade.
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